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Workshop sobre minerais pesados no DCT

23-03-2010

Importância. - Métodos de Separação e identificação à lupa binocular. - Dos paleoplacers auríferos da Bacia do Tejo às fontes primárias. Dias: 14, 21 e 28 de Abril

O estudo de minerais pesados (minerais com densidade superior a 2.9 g/cm3), é transversal a vários ramos das ciências da terra.
São usados para traçar a história deposicional de sedimentos siliciclásticos, caracterização dos agentes de meteorização e transporte e identificação de proveniências/fontes. Estas vertentes de investigação são essenciais para se proceder a reconstituições paleogeográficas e tectónicas (formação, exumação e arrasamento de cadeias orogénicas, oscilações eustáticas). A organização das placas tectónicas ao longo dos tempos e a própria história evolutiva da crusta desde os primórdios da terra, tem sido escrita com base no estudo de algumas espécies de minerais pesados, nomeadamente aquelas que permitem a aplicação de métodos precisos de datação.
A economia de algumas regiões da terra continua muito dependente da mineração de concentrados de minerais pesados. A identificação de novos metaloctectos, sobretudo em áreas com reservas potenciais e inferidas, obriga a estudos prévios de prospecção com base na caracterização mineralógica de sedimentos eluviais/aluviais.
Recentemente, os minerais pesados aluvionares tem sido usados em estudos arqueológicos, na procura de correlações entre o ouro e ligas metálicas usadas em artefactos antigos e as fontes primárias desses metais. Estes estudos são particularmente importantes para traçar a mobilidade e as linhas migratórias de povos em amplos espaços territoriais.
No ensino, os minerais pesados tem a particularidade de proporcionar uma abordagem pluridisciplinar das ciências da Terra. Podem ser integrados em temas do âmbito dos processos geológicos básicos tais como, erosão, transporte e sedimentação, morfologia dos cursos de água, propriedades físicas e químicas dos minerais, jazidas minerais e geocronologia. Permitem a abordagem de conceitos fisico-químicos elementares como seja, selecção gravítica, estabilidade fisico-química, susceptibilidade magnética, etc.
A bacia do Tejo foi alvo de exploração aurífera no passado proto-histórico, Romano e Muçulmano, aproveitando algumas acumulações naturais de minerais pesados (paleoplacers) nos depósitos Terciários. A parte terminal da bacia sedimentar do Baixo Tejo, providencia vários exemplos desta actividade, razão pela qual está previsto a visita ao depósito da Cruz de Pau, onde ainda são visíveis os níveis conglomeráticos que foram alvo de mineração. Partindo deste exemplo, associado à dinâmica do proto-Tejo, a saída de campo, proseguirá no sentido da abordagem das potenciais fontes do ouro e de outros minerais economicamente importantes, nos sedimentos do Cenozóico. Assim, está prevista uma visita ao Maciço de Évora, com o objectivo de dar a conhecer algumas características gerais do soco Ante-Varisco e Varisco associado a ocorrências auríferas, potenciais fontes de ouro aluvionar encontrado na Bacia do Tejo.
O workshop pretende explorar todas estas valências dos minerais pesados, e simultâneamente dar a conhecer os métodos laboratoriais de tratamento da amostra, separação gravítica e electromagnética, assim como providenciar as bases para a sua identificação à lupa binocular.

Organização:
Núcleo de Geologia, Associação de Estudantes, Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade Nova de Lisboa Campus da Caparica, 2829-516 Caparica, Portugal

http://www.dct.fct.unl.pt/index.asp?item=destaques&Id_destaque=94