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Nova espécie de tartaruga do tempo dos dinossauros descoberta em Angola por paleontólogos portugueses

10-02-2010

Chama-se Angolachelys mbaxi e é uma tartaruga fóssil cerca de 90 milhões de anos, descoberta nas rochas cretácicas a norte de Luanda em Angola.
O crânio fóssil de tartaruga marinha de grandes dimensões foi descoberto em Abril de 2005 pelo paleontólogo Octávio Mateus, da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã, e o estudo contou com a participação de paleontólogos de Portugal, Estados Unidos, Angola e Holanda.
A descoberta deu-se durante uma expedição National Geographic com o paleontólogo norte-americado Louis Jacobs da Southern Methodist University, autor do livro “Em busca dos dinossauros africanos”.
O estudo contou ainda com a colaboração da Universidade Agostinho Neto, de Angola.
Miguel Telles Antunes, paleontólogo da Academia de Ciências de Lisboa que integra a equipa realça que este achado "é sobremaneira interessante, quer pela qualidade do material encontrado, quer por se tratar de um grupo muito mal conhecido na região. O achado representa um grande passo em frente dos conhecimentos científicos.»

O nome Angolachelys significa “tartaruga de Angola”, tal como mbaxi que é a palavra em kimbundo, língua do noroeste de Angola, para tartaruga.

O estudo publicado numa revista científica da especialidade e liderado pela equipa portuguesa reconhece a existência de um grupo distinto de tartarugas marinhas ao qual dá o nome de “Angolachelonia”. Este tipo de tartarugas evoluiu no atlântico norte e a Angolachelys é o primeiro fóssil descoberto deste grupo no hemisfério sul, após a abertura do atlântico sul, há 100 milhões de anos. Estes são os primeiros répteis que percorrem o Atlântico sul como um corredor de passagem. O mesmo acontece para o lagarto marinho Angolasaurus também descoberto na mesma localidade e descrito por Miguel Telles Antunes em 1964.
Isto contribui para a compreensão das migrações da fauna marinha com a abertura do Atlântico sul.

As tartarugas, tanto fósseis como actuais, dividem-se em dois grandes grupos que se distinguem pela forma como recolhem o pescoço: para dentro da carapaça (chamadas criptodiras) ou dobrando-o para o lado (as pleurodiras). Actualmente existem numerosas espécies dos dois grupos em África, mas o mesmo não ocorria há 90 milhões de anos, e a Angolachelys é a mais antiga tartaruga criptodira de todo o continente.

http://picasaweb.google.com/omateus/Angolachelys?authkey=Gv1sRgCM2ru_-l_82kywE#