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Editorial abril 2025

Reabilitar o presente e construir o futuro 

por Carlos Chastre, Subdiretor para o Campus e Infraestruturas da NOVA FCT

 

O Campus da NOVA FCT, com 32 hectares e 10 mil pessoas, é uma pequena cidade que funciona 24h por dia, 365 dias por ano, em que as infraestruturas, sejam elas de energia, de internet ou de água são fundamentais. Mas não só, aspetos como a gestão, a logística, a segurança, a sustentabilidade e todos os outros serviços de apoio às atividades académicas e de investigação têm um papel primordial para o bom funcionamento desta pequena cidade.  

Para que tudo isto funcione é preciso otimizar o orçamento disponível, tentando garantir a alocação eficiente dos recursos, a manutenção preventiva das instalações e a sustentabilidade financeira a longo prazo, recorrendo sempre que possível a soluções inovadoras que reduzam custos. Em seguida apresentam-se alguns exemplos de intervenções já realizadas ou que estão programadas tendo em vista a melhoria global da qualidade de vida no Campus.  

O consumo de energia é bastante significativo no Campus, variando entre o mínimo de 600 kWp durante o período noturno e o máximo de 1500 kWp durante o dia. No sentido de mitigar esta situação, com as obras de reabilitação do edifício VII será instalada uma central fotovoltaica com 425 kWp de capacidade neste edifício, a que se seguirá a instalação de cerca de 1000 kWp, distribuídos pelos edifícios I, II, VI e pela nova Residência de Estudantes. No futuro, este investimento precisa de ser complementado com soluções de baterias de modo a diminuir ainda mais a fatura energética. Para reduzir o consumo, investiu-se também na substituição de lâmpadas tradicionais por LED e, nos novos edifícios ou nos que estão a ser reabilitados, as luminárias serão de elevada eficiência energética. Ainda em termos de energia, constatou-se que a rede interna do Campus não possuía redundância e estava inacabada, tendo-se procedido ao fecho do anel de média tensão entre os edifícios VII e IX de modo a mitigar as interrupções no fornecimento de energia aos edifícios em caso de falhas na rede interna do Campus. 

Uma outra área em que temos focado a nossa atenção é na rede de dados do campus e no respetivo equipamento, quer seja na infraestrutura física de cablagem estruturada, quer seja na rede de dados Wi-Fi. No ano passado, iniciou-se a modernização da rede de dados no Edifício Departamental, no Grande Auditório e nas zonas envolventes dos edifícios centrais do Campus. Em 2025, estamos a apostar na implementação da rede de fibra ótica no campus e na aquisição de um novo Datacenter, para em seguida remodelar as redes internas dos restantes edifícios. Se por um lado temos conseguido investir na rede de dados e na rapidez de acesso aos mesmos, o armazenamento de dados tem sido um problema mais difícil de resolver, uma vez que a oferta de serviços Cloud, que no passado eram ilimitados e quase sem custos, têm hoje limitações e custos significativos. Na área de informática, um outro aspeto a que tem sido dado especial atenção é ao reforço dos mecanismos de deteção de vulnerabilidades e intrusões, com vista à prevenção de ciberataques. 

Em termos de climatização, optou-se pela reabilitação dos sistemas AVAC dos edifícios com maior concentração de pessoas, tendo-se iniciado a intervenção na Biblioteca, seguindo-se, no próximo verão, os edifícios IV e VII. Com a reabilitação térmica das fachadas dos edifícios, torna-se igualmente necessário rever os sistemas de climatização existentes. A opção natural passa pela instalação de sistemas centrais do tipo VRV, em detrimento da climatização individual por sala ou dos sistemas de aquecimento a gás. Embora os sistemas VRV impliquem um investimento inicial mais elevado, apresentam uma maior eficiência energética a médio e longo prazo. 

A segurança assume igualmente um papel central no Campus, motivo pelo qual estamos a realizar auditorias de segurança em todos os edifícios, com vista à implementação de medidas de autoproteção e ao reforço da proteção de toda a comunidade académica. Em paralelo, estamos a analisar a modernização dos sistemas de controlo de acesso aos parques de estacionamento e dos sistemas de videovigilância. 

Relativamente aos espaços exteriores, realça-se a ampliação das zonas de estudo e convívio ao ar livre e a melhoria projetada dos percursos pedonais, valorizando a biodiversidade no campus. A este propósito, referira-se que a tempestade Martinho (março de 2025), com rajadas de vento superiores a 150 km/h, danificou mais de 22 árvores da infraestrutura verde, algumas das quais ainda permanecem sob observação. No âmbito do sistema de recolha e gestão de resíduos, passou-se a abranger todos os edifícios, promovendo a reciclagem e incentivando a mudança de comportamentos. Tendo em vista a sensibilização da comunidade NOVA FCT, em breve, serão divulgados os indicadores de sustentabilidade do Campus e o seu alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

Nos espaços interiores e como o propósito de melhorar as condições de ensino, procedeuse recentemente à instalação de novos sistemas de imagem, som e vídeo em diversas salas de aula, bem como à aquisição e instalação de novos computadores para os laboratórios dos departamentos. No próximo semestre, surgirão novos espaços com zonas de estudo e convívio. 

No que se refere a obras de reabilitação ou de novos edifícios, para que tenham uma visão mais clara do que está a acontecer, descrevo abaixo algumas das intervenções já realizadas no Campus ou em realização durante este semestre: 

 

Em 2024, efetuámos a reabilitação da fachada e da cobertura do Edifício VIII (DEMI);

 

Edifício VIII
 
Em abril de 2025, daremos início às obras de reabilitação térmica das fachadas e da cobertura do Edifício VII, assim como à execução de intervenções nas instalações sanitárias, na iluminação e no sistema de AVAC, além da instalação na cobertura do edifício de uma central fotovoltaica;   

 

Em abril de 2025, terminaremos a construção do Edifício Multiusos; 
 

 Edifício Multiusos

 

Em maio de 2025, concluiremos a retirada do amianto e a reabilitação das coberturas dos Edifícios I, II e VI, ficando os mesmos preparados para a instalação de novos painéis fotovoltaicos;

  

Remoção do amianto e a reabilitação das coberturas dos Edifícios I, II e VI

 

Em junho de 2025, iniciaremos a construção de uma nova Residência de Estudantes na zona sul do Campus, com capacidade para 202 camas;  

 

Nova Residência de Estudantes 

 

Em julho de 2025, iniciaremos as obras de intervenção no AVAC do Edifício IV; 
 
A partir do verão iniciar-se-ão obras de melhoria das acessibilidades a 19 edifícios do Campus, o que inclui a melhoria dos percursos internos e externos dos edifícios, com algumas intervenções ao nível dos pisos e revestimentos, de portas interiores e exteriores, de rampas, ascensores ou plataformas elevatórias e instalações sanitárias destinadas a pessoas com mobilidade reduzida;    
 
Ainda este ano teremos no Edifício III um espaço cidadão destinado a todos os utentes do Campus;  
 
Até ao final do ano iniciar-se-ão diversos projetos e obras de reabilitação em diferentes edifícios do Campus. 
 
Ao nível dos projetos em desenvolvimento, realça-se pelo seu impacto:  
Hub de inovação tecnológica (NOVA TechSphere), projeto aprovado pela CCDR para reabilitação e ampliação do Edifício VI;  
 
  

NOVA TechSphere

  

Edifício do NOVA Institute for a Sustainable Future (NOVA_i4SF). Projeto vencedor em fase de arranque após o concurso de ideias.  

NOVA Institute for a Sustainable Future
  
 
Constituindose como um instrumento essencial de ordenamento do território, o projeto em desenvolvimento procura sedimentar os edifícios dedicados às áreas académicas, de investigação e de serviços de apoio na zona norte e central do Campus, criando áreas dedicadas ao desporto a sul - sudeste, ao alojamento para estudantes a sul e a um parque tecnológico para empresas a sudoeste (na figura abaixo, os edifícios existentes estão em tons mais claros). Juntamente com a infraestrutura verde propõe-se no projeto a criação de um parque urbano na zona norte, confinado a oeste pelo edifício departamental, a norte pela zona do Grande Auditório e do edifício da Biblioteca e a sul pelo Edifício I e pela Cantina. Este parque verde urbano central desempenha várias funções importantes, tanto ecológicas quanto sociais.  
  

Masterplan do Campus da NOVA FCT 

 

Continuaremos a partilhar convosco os desenvolvimentos e melhorias que o sendo implementadas no Campus. 

Abril 2025