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A FCT NOVA contribui a descrever um novo grande dinossauro titanossauro dos Pirinéus

08-02-2022

Investigadores da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA contribuiram para a descrição de uma nova espécie de dinossauro titanossauro Abditosaurus kuehnei dos restos escavados na yazida Orcau-1, no sul dos Pirenéus (Catalunha, Espanha).

O esqueleto semiarticulado de 70,5 milhões de anos é o espécime mais completo desse grupo herbívoro de dinossauros descoberto até agora na Europa. Além disso, Abditosaurus é a maior espécie de titanossauro encontrada na ilha Ibero-Armorica —uma região antiga que hoje compreende a Península Ibérica e o sul da França— representando um indivíduo senescente estimado em 17,5 metros de comprimento com massa corporal de 14 quilos.

Para os investigadores, o tamanho do dinossauro é um dos factos mais surpreendentes a apontar: “Os titanossauros do Cretáceo Superior da Europa tendem a ser pequenos ou médios devido à sua evolução em condições insulares", explicou Bernat Vila, paleontólogo do Institut Català de Paleontologia (ICP) que lidera a pesquisa. Durante o Cretáceo Superior (entre 83 e 66 milhões de anos atrás), a Europa era um grande arquipélago formado por dezenas de ilhas. As espécies que ali evoluíram tendem a ser relativamente pequenas, ou mesmo anãs em comparação com os seus parentes que vivem em grandes massas de terra, devido principalmente à limitação de recursos alimentares nas ilhas. “É um fenómeno recorrente na história da vida na Terra, temos vários exemplos em todo o mundo no registo fóssil dessa tendência evolutiva, por isso ficamos surpresos com as grandes dimensões desse espécime”, acrescenta ainda o investigador.

O trabalho de campo realizado ao longo de várias décadas desenterrou 53 elementos esqueléticos do espécime. Estes incluem vários dentes, vértebras, costelas e ossos dos membros, escapular e pélvico, bem como um fragmento semi articulado do pescoço formado por 12 vértebras cervicais.

No artigo publicado na Nature Ecology & Evolution, os investigadores concluem que o Abditossauro pertence a um grupo de titanossauros saltassauros da América do Sul e África, diferente do resto dos titanossauros europeus que se caracterizam por um tamanho menor. Os autores levantam a hipótese de que a linhagem Abditossauro chegou à ilha ibero-armórica aproveitando uma queda global do nível do mar que reativou antigas rotas de migração entre a África e a Europa.

A nova descoberta reflete assim um grande avanço na compreensão da evolução dos dinossauros saurópodes no final do Cretáceo e traz uma nova perspetiva para o quebra-cabeça filogenético e paleobiogeográfico dos saurópodes nos últimos 15 milhões de anos antes da sua extinção.

O estudo é liderado por investigadores do Institut Català de Paleontologia Miquel Crusafont e do Museu Conca Dellà (Catalunha, Espanha), contando com o contributo da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA, Museu de Lourinhã, Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) e Universidade de Saragoça (UNIZAR).

Na imprensa

Nova espécie de dinossauro dos Pirenéus descrita por paleontólogos portugueses e espanhóis (Green Savers)

Descrita nova espécie de dinossauro dos Pirenéus. Cientistas portugueses participaram em trabalho que demorou décadas (Exame Informática)

Cientistas portugueses ajudam na descrição de nova espécie de dinossauro (Rádio Renascença)

Descrita nova espécie de dinossauro dos Pirenéus. Cientistas portugueses participaram em trabalho que demorou décadas (Exame Informática)

Cientistas portugueses ajudam na descrição de nova espécie de dinossauro (Almadense)