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Colóquio - A República e a Ciência - 24Junho | 18H | Paços do Concelho CMLisboa

22-06-2010

Estas são algumas das questões que se pretende suscitar neste 6.º colóquio A República Mês a Mês, organizado em parceria pela Fundação Mário Soares e a Câmara Municipal de Lisboa, desta feita sob o título A República e a Ciência.
Trata-se uma zona quase esquecida da historiografia sobre a República.
E, no entanto, o pensamento positivista, dominante no republicanismo, proclamava o primado da ciência, em detrimento das concepções idealistas e espiritualistas da realidade. E foi o próprio Auguste Comte (1798-1857), que construíra a lei dos três estágios, segundo a qual o ser humano seria teólogo na infância, metafísico na juventude e físico na maturidade.

A importância dada à instrução e ao ensino na propaganda republicana não é alheia a tais concepções. Daí que a Ciência – a cultura científica e tecnológica – não pudesse estar arredada dos objectivos da governação republicana e, mesmo, de iniciativas privadas que se inscreveram no percurso desses primeiros anos do século XX, marcados pelo optimismo do progresso material das sociedades dominadas pela ‘Ordem e Progresso’.

Logo em 1911, o poder republicano aposta na criação das novas Universidades de Lisboa e do Porto, sublinhando, nos respectivos estatutos, “o princípio da investigação científica como suporte da qualidade do ensino”.

Mas o certo é que, tal como em outras áreas, a I República encontra dificuldades em concretizar os seus projectos e, fosse por razões políticas, fosse por razões financeiras, ou fosse ainda por carência de quadros qualificados, o fomento da cultura científica e a própria compreensão da evolução da ciência, não terão alcançado os resultados esperados.

Talvez por isso, muitos dos testemunhos que nos chegaram apontam para um combate individual, difícil e, por vezes, mesmo inglório, de quantos buscavam vias de desenvolvimento sustentável da ciência e da tecnologia, pretendendo ascender a padrões internacionais de qualidade. A carência de centros de investigação e de laboratórios, a penúria financeira das instituições de cariz científico, a própria burocracia que as manietava, designadamente em matéria de internacionalização, foram entraves a esse desenvolvimento. E, no entanto, cremos que poderá afirmar-se que existe um legado científico e tecnológico da República. Este colóquio pretende, precisamente, abrir portas ao seu conhecimento.