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Investigador da FCT NOVA contribui para a apresentação do mais completo fóssil de pterossauro brasileiro

11-08-2021

Um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores de quatro universidades do Brasil e da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA, em Portugal, foi recentemente publicado na revista científica PLOS ONE. O artigo apresenta o mais completo fóssil de pterossauro brasileiro, encontrado na Chapada do Araripe, no Brasil, e que preserva a maior parte dos seus ossos e restos de tecidos moles. A investigação, coordenada por Fabiana Costa (Universidade Federal do ABC), tem como primeiro autor Victor Beccari, da Universidade de São Paulo e da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA. Além dos dois cientistas, o grupo também conta com investigadores da Universidade Federal do Pampa, Universidade Estadual Paulista, Universidade de São Paulo e Museu da Lourinhã (Portugal).

A Chapada do Araripe, no Nordeste do Brasil, é conhecida mundialmente pelos seus fósseis de pterossauros. Parentes dos dinossauros, estes répteis voadores extintos já povoavam os céus antes do aparecimento das primeiras aves. Entre os pterossauros do Araripe, os mais estranhos são, provavelmente, os tapejarídeos, animais sem dentes e com cristas gigantes no topo da cabeça. Ainda assim, até à data de publicação deste artigo científico, os tapejarídeos do Araripe eram conhecidos apenas por fragmentos e esqueletos incompletos.

“Até o momento são conhecidos tapejarídeos do Brasil, China, Espanha e Marrocos. São pterossauros sem dentes e costumam ter cristas cefálicas que ocupam até três quartos da superfície do crânio. Apesar de ser conhecido por inúmeros fósseis, espécimes completos são muito raros”, conta Victor Beccari. O fóssil, armazenado no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, é um desses casos excepcionais.

O esqueleto, provavelmente o mais excepcional já encontrado no Brasil, pertence à espécie Tupandactylus navigans, animal anteriormente conhecido apenas por crânios isolados. Conta com mais de dois metros e meio e uma crista de cerca de meio metro de altura no topo da cabeça. Ao ser descrito, o pterossauro foi ainda submetido a tomografias computadorizadas, o que possibilitou a observação de estruturas ainda enterradas em sedimento.

A partir do estudo da sua anatomia e comparações com outras espécies conhecidas de pterossauros, concluiu-se que este animal teria passado a maior parte do tempo a alimentar-se em terra firme, não sendo muito bom voador. Os cientistas especulam ainda que tanto a sua enorme crista cefálica como a sua crista dentária (da mandíbula) podem ser características associadas ao dimorfismo sexual (isto é, diferenças entre machos e fêmeas).

“Este fóssil brasileiro é de importância mundial e será visto como a Pedra de Roseta deste tipo de pterossauros, num estudo tem como primeiro autor o Victor Beccari, dos mais brilhantes alunos que saíram do nosso Mestrado em Paleontologia” elogia Octávio Mateus, Professor da Universidade Nova de Lisboa e investigador do Museu da Lourinhã.

Na imprensa

Paleontólogo do Museu da Lourinhã integrou estudo sobre o mais completo fóssil de pterossauro do Brasil (Alvorada)

Cientistas fazem descrição mais completa de réptil voador encontrado no Ceará (Jornal da UPS)